Ao abrir um picolé, metade dele cai no chão. Assim, sem aviso.
Diante do acontecido, que eu assisto enquanto fumo meu cigarro,
O rapaz reclama que o picolé estava mole, enquanto o vendedor diz que ele torceu antes de abrir.
Tá lá o pedaco do picolé de manga caído no chao, instaurando o mal estar que sempre existiu na relacao entre vendedor e comprador, antes tamponada pela cortesia e impossível de nomear.
A queda permite buraco e nomeação do mal estar que é uma existencia presente em ausencia.
Para citar o texto: ACCIOLY, A. (2024) Buraco no picolé. Em: www.alineaccioly.com.br
