Fênix

A gente vive, morre e renasce.

Como fênix, ressurge das próprias cinzas.

Voa, carrega elefantes,

Tudo para transfomar-se numa ave de fogo.

Nove vidas.

Quantas já gastei?

Comem minha carne para conseguir imortalidade,

Mas é apenas em minhas plumagens que brilham as cores da vida.

Sou o preferido das bruxas,

Pela ausência de laços duradouros pelo mundo.

Meu canto ressoa sutil e profundo,

Agita até as bestas mais ferozes que,

Depois de extasiadas, silenciam.

Sei a hora de minha morte.

Será um dia extraordinário.

Alguns soluçarão em simpatia,

Outros perderão os sentidos,

Outros, ainda, comigo morrerão.

Produzirei o fogo que me consumirá,

Me tornando o proprio fogo e cinzas.

E despertarei, mais uma vez.

Porque sei que, em todo mundo,

Não ha ninguem que não morra.

Não há abrigo contra a morte.

Apenas destino. E origem.

Para citar o texto: ACCIOLY, A. (2024) Fênix. Em: www.alineaccioly.com.br

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