Duas mulheres se beijam. Com os corpos entrelaçados, esquentam cada pedaço da carne, deixando as bochechas vermelhas e os cabelos molhados de suor. Quem vê de fora nada vislumbra, além de um abraço apertado e um beijo melhor do que os de novela. Elas fazem amor, diz um amigo. Sem genitais, apenas com a compressão dos corpos e o desejo que as enlaça através de cada poro, invisivelmente.
Numa noite fria da cidade de São Paulo, duas mulheres se aquecem com o calor emanado de seus corpos entrelaçados em plena calçada do bairro Santa Cecília. Aos olhos dos passantes, nada se vislumbra além de um beijo digno de novela das oito no canal global nos anos noventa. Aos mais próximos, sentados nas cadeiras do mesmo bar, no entanto, a cena é a escrita do amor, cerzido invisivelmente através dos movimentos sutis entre os corpos enlaçados pelo desejo.
Em uma das noites mais fria do mês de maio, duas mulheres passam despercebidas aos olhos dos transeuntes do bairro Santa Cecilia, enquanto fazem amor em plena calçada de um dos bares mais lésbicos da cidade de São Paulo. Os sutis movimentos corporais que as enlaçam são apenas percebidos pelos olhos atentos de frequentadores das mesas ao lado, causando sorrisos incontroláveis e nostálgicos, dignos das épocas das melhores novelas da globo nos anos noventa.
Para citar o texto: ACCIOLY, A. (2024) Das. Em: www.alineaccioly.com.br
